sexta-feira, 25 de junho de 2010

Neuromarketing - ciência?!?!

        Quando vamos a uma loja, ou a uma lanchonete nem nos damos conta que o nosso processo decisório recebe uma influência da "arte de vender e comprar", ou para outros estudiosos, do "neuromarketing". Essa "ciência" estuda os diversos mecanismos que acionam o botão de compra existente no cérebro de todas as pessoas, envolvendo pesquisas de comportamento do consumidor, tecnologias da área de medicina e do próprio marketing.
           Resumidamente, os neuromarketeiros conseguem entrar na mente das pessoas e descobrir, despertar e inferir desejos antes mesmo que elas tenham consciência da sua existência e de sua própria vontade. Um bom exemplo é o RTX9338PJS (RTX9338PJS?!?!?!) Código esquisito né? Mais estranho ainda é imaginar que você já o cheirou. O mesmo é utilizado por grandes redes de lanchonete no formato de spray, que contém um forte aroma de cheeseburger de bacon para incentivar o consumo e o hapetite.
          Ou seja, enquanto você imagina que o bacon está sendo frito para o seu sanduiche, involuntariamente já se rendeu ao branding sensorial - um conjunto de estratégias empregadas pelos "experts" da publicidade para seduzir os nossos sentidos. Outro exemplo, é o cheiro de baunilha utilizado em algumas lojas femininas americanas que duplicaram as vendas. Para os homens, o aroma amadeirado foi o responsável pelo esgotamento de vários estoques em 4 grandes redes de marcas de roupas masculinas.

           Me recordei que o cheiro do café e do pão quentinho das padarias que exalam os salões de supermercados e realmente já despertaram, e muito, a minha fome....

             Em São Paulo, em 2001, a Bauducco utilizou uma estratégia de branding sensorial espalhando o aroma - em pleno natal - dos seus panetones em 32 salas de cinema. Resultado? Não deu para quem quis. Mas tratemos do mesmo assunto de uma forma mais casual. O neuromarketing já é praticado de várias formas nos supermercados, com a distribuição exata de produtos considerados commodities; nos doces e demais guloseimas espalhadas em farmácias e próximas aos caixas, e até na casca dos ovos de galinha que é alterada geneticamente para ficar marrom e parecer aos ovos de quintal.
               Mas não é só de odores e sabores que esses estrategistas vivem. Os impactos visuais causados por alguns outdoors ou comerciais que tem imagens de apelo sexual são ótimas estratégias para as marcas serem lembradas posteriormente. Sem falar das musiquinhas, jingles e sons apelativos, martelantes e memoráveis de vários comerciais.
              
               Olhando para os últimos acessórios, roupas, tecnologias e besteiras diversas que comprei nos últimos meses, fiquei avaliando se fui vítima ou não de alguma dessas estratégias. Será que é apenas uma inofensiva forma de estudar os hábitos de consumo ou não? Se pensarmos que o trabalho é desenvolvido em cima de estímulos que não são conscientes, dá para afirmar que é eticamente condenável. Mas, assim como qualquer ciência, os seus efeitos podem ter diversos resultados positivos ou negativos e utilizados de várias formas. Essas formas só quem vai poder definir é o ser humano. Se vai usá-los para o bem ou para o mal. Enquanto isso, tento me convencer que ainda não fui vítima.                

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