sexta-feira, 14 de maio de 2010

Consumo Insustentável parte 1

              Quando queremos vender um produto ou realizar um serviço, atentamos para diversas variáveis que influenciam nesse processo. A qualidade do que queremos vender ou fazer, as facilidades que podemos oferecer, a apresentação, o preço, a novidade, a exclusividade, etc. Todos, com o objetivo maior que trazer satisfação ao nosso cliente. Ou que nós possamos ajudar o cliente a tomar a melhor decisão e ele ficar feliz com o que escolheu.
               Independente dessas variáveis que tiram o sono dos diversos gestores, há uma que todos, repito, TODOS os gestores já possuem como um grande diferencial. O Consumo, ou consumismo é uma das princiais variáveis e forças que movimentam todas as nossas certeza de que alguém irá adquirir o que estamos oferecendo. Ora, na economia, “o termo consumo designa o ato econômico que permite concretizar a satisfação de determinada necessidade através da utilização de determinado bem” (Knoow.net). E qual o ser humano que não possui necessidades? Dos mais corrompidos pelo mercado e que consomem por impulso, aos mais “conscientizados” que estudam os valores sociais e ambientais do produto ou serviço antes de consumi-lo, todos irão consumir algo.
               E é essa variável, que se tornou a maior força já vista pelos gestores do mundo todo, é que está na lista negra do Instituto Worldwatch - um dos mais importantes e responsáveis organismos que estudam as vias de sustentabilidade do nosso planeta - como a principal causa da degradação ambiental e dos males sociais que a humanidade possui. Segundo estudos do Instituto, a população do mundo está queimando os recursos do planeta a uma velocidade imprudente. Para se ter uma idéia, na última década, o consumo de bens e serviços aumentaram 28% para US$ 30,5 trilhões.
              O que era a identidade dos norte-americanos, agora já está se espalhando por todos os demais países em desenvolvimento. A cultura do consumismo, ao longo dos últimos 50 anos, foi adotado de forma excessiva como um símbolo de sucesso em países em desenvolvimento como o Brasil, a Índia e a China, segundo o relatório. A China, a bola da vez, ultrapassou os Estados Unidos como o mercado mundial de carros e também tem a “honra” de já ser o maior país emissor de gases de efeito estufa.
              Marx já havia se dado conta do peso do consumo. Ele constata em Manuscritos econômicos e filosóficos (1844), que “o valor que cada um possui aos olhos do outro é o valor de seus respectivos bens. Portanto, em si o homem não tem valor para nós”. Assim, muito mais do que consumir o mercado, nós é que somos consumidos pelo mercado. E quando mais temos valor ($$$$), mais somos consumidos.
             Uma das grandes batalhas que teremos no mercado será a de consumidores cada vez mais conscientes, ou sensibilizados aos problemas sociais e ambientais. Os quais não deixarão de consumir, mas consumirão de uma forma mais equilibrada. E é nesse ponto que diversas instituições estão trabalhando. Quanto mais cedo, nós gestores percebermos o potencial social e econômico que essa nova tendência possui, rápido assumiremos nosso papel de gestores sociais.

Continua....

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